Novamente, a poucos dias de estrear na Superliga Feminina de Voleibol, o time Rio do Sul/Equibrasil em Santa Catarina, tem sua casa oficial invadida por uma enchente. A chuva forte das últimas semanas na região do Alto Vale do Itajaí causou a elevação do nível do rio e diversos alagamentos na cidade. Cerca de um terço da população de quase 65 mil habitantes foi atingida pela cheia desde a última quinta-feira (22). O nível do rio começou a baixar e nesta terça-feira (27), a rotina começa a voltar ao normal.
O ginásio Artenir Werner e todo o bairro Canoas ficaram embaixo d´água no fim de semana passado. Cerca de 60 centímetros de água e lama entraram no local utilizado para treinos e jogos da equipe feminina. Mesmo sem prejuízo material, já que havia sido retirado os equipamentos de treino devido aos alertas da Defesa Civil, a sujeira invadiu o local provocando lamento e muito trabalho para novas atividades.
O ginásio Artenir Werner está praticamente limpo, graças ao trabalho da comissão técnica, jogadoras, o time infanto, da Fundação Municipal de Desportos e também de voluntários. Até mesmo o time máster masculino auxiliou a equipe na remoção dos equipamentos antes da enchente. Mas a umidade ainda impede a realização de treinos e a colocação do tapete especial utilizado para a prática de vôlei. Além disso, a direção do clube aguarda anúncio oficial por parte da Defesa Civil para que o local esteja liberado, já que novas chuvas podem ocorrer ainda no mês de novembro na cidade.
O time treinou na segunda-feira na cidade de Presidente Getúlio, distante cerca de 40 quilômetros de Rio do Sul. Nesta terça-feira, houve a confirmação que o ginásio do Sesi, no bairro Canta Galo, será a sede provisória da equipe durante toda esta semana.
“É uma situação difícil e alheia a todas as nossas possibilidades de ação. Ficamos tristes por toda a condição da comunidade de Rio do Sul que abraça o projeto de voleibol com muito carinho. Vamos continuar treinando da melhor forma possível, para que a equipe recupera ritmo”, salientou o técnico Spencer Lee.
A jogadora Ju Nogueira sentiu bastante de perto o drama de uma enchente. Ela abrigou em seu apartamento no bairro Jardim América uma família composta por oito pessoas. “É muito triste ver algo assim. A colaboração neste momento é o que mais conta. Foi diferente der tudo que já presenciei em minha vida, e torço para que a cidade volte a se recuperar totalmente”.
Algumas jogadoras tiveram de sair de suas casas para não ficarem ilhadas. A ponta Vanessa que está há quatro anos em Rio do Sul já teve experiências semelhantes no ano de 2013, mas disse que o fenômeno é sempre assustador, mas que mostra grandes exemplos de solidariedade. “Vemos muitas pessoas dando abrigo para vizinhos, amigos ou até desconhecidos. Muitas doações e trabalho voluntário também. É um grande exemplo humanitário e que nos anima para continuarmos na cidade”, comentou.
Futuro da equipe nas próximas semanas
A direção Rio do Sul/Equibrasil negocia para os próximos dias uma partida contra o time de Blumenau, válida como um jogo simbólico de final do campeonato catarinense. E a estreia na Superliga está mantida para o dia 10 de novembro contra a equipe Vôlei Nestlé, em Osasco (SP). Em Rio do Sul, o primeiro jogo permanece mantido para 13 de novembro, às 20h15, no ginásio Artenir Werner, contra o time do Camponesa/Minas (MG).
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