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Gerenciamento de Equipes - Parte I - Motivação


por: Gestão e Profissionalismo no Esporte em 21/06/2013


Por Daniel Júnior:

No transcorrer de uma carreira esportiva, iniciadas muitas vezes nas categorias de base menores com cerca de 6, 7 anos, um dos valores sociais e pessoais ensinados por meio do esporte é disciplina, inserida tanto nas regras gerais de cada modalidade quanto nas normas do clube, associação, escolinhas, família, igreja, sociedade e escola.

Associado ao fato não natural, porém fundamental para viver em uma sociedade democrática, seguir regras exige executar e conviver com rotinas diárias sociais, pessoais e esportivas com limites abstratos para liberdade de ação.

O que faz, portanto, um atleta de alto rendimento, durante tanto tempo (média de 15 a 20 anos) seguir uma profissão de, muitas vezes, degradação física do seu corpo, stress físico-emocional (Burnout), extrema e conflitante isolamento social, dentre outras dificuldades, rotinas de treinamento árduo, entre outros?

A psicologia (e do esporte) diz que a motivação, termo latino que significa mover-se a algo, tenta compreender os motivos intrínsecos e extrínsecos pelos quais alteram ou direcionam os comportamentos humanos em busca de algo. O autor alemão, radicado no Brasil, Dietmar Samulski diz que a motivação “é caracterizada por um processo ativo, intencional, e dirigido a uma meta, o qual depende da interação de fatores pessoais (intrínsecos) e ambientais (extrínsecos)”.

Durante a época esportiva, a formação do atleta e sua carreira é importante identificar para poder gerenciar, desenvolver ou fomentar os fatores individuais que levem os atletas a busca pela alta desempenho por meio da ativação interna para a entrega máxima na busca de sua melhor performance. Compreender quais os motivos que crianças e jovens, por exemplo, iniciam e abandonam a prática esportiva é fundamental para que haja retenção de talentos esportivos. Em algumas pesquisas realizadas, ter alegria, praticar com amigos e fazer novas amizades e sentir emoções positivas são umas delas. Portanto, tiremos, os “gordinhos” do gol, deixemos os “sem habilidade” tocar na bola o mesmo número de vezes que os mais habilidosos, ou seja, precisamos promover o gosto pelo esporte em crianças menores e a possibilidade de satisfazer necessidades emocionais, o sucesso futuro.

No esporte de alto rendimento, satisfazer suas necessidades momentâneas e futuras, sócio-econômicas e pessoais podem ser os maiores motivos para os atletas declinarem-se em rotinas exaustivas de treinamentos e viagens.

A busca constante e orientada para o sucesso tem como fatores paralelos, a motivação intrínseca como determinante assim como a possibilidade de alcance de metas realistas, auto-conceito positivo e auto reforço-positivo além de outras, como a possibilidade de por meio do esporte e seus ganhos financeiros satisfazer necessidades primárias de pessoas próximas.

A motivação extrínseca como salários, estruturas físicas dos clubes, benefícios associados e outros promovem a chegada de atletas nos clubes, porém é uma energia de ativação que necessita estar sempre sendo renovada.

É notório que os melhores atletas são aqueles que são apaixonados pela sua arte e poder  executá-las e exibí-las promove emoções extrarordinárias.

Por Daniel Junior, 33 anos, formado em Educação Física e Pós Graduando em Psicologia do Esporte, Daniel atuou como atleta até 2005. Depois, como auxiliar técnico, foi campeão da Superliga e Vice-campeão da Liga Nacional por Unisul e Ulbra. Já em 2008 foi analista de jogo e estatístico da Seleção Brasileira de Futsal em 2007 (Jogos Pan-Americanos) e em 2008 (Mundial de Futsal). A partir de 2009 iniciou a carreira como treinador e em por dois anos (2010 e 2011) teve uma passagem marcante pelo Alto Vale. Em Ibirama, Junior alcançou com o elenco o título de campeão da Liga Sul e da Primeira Divisão dos Jogos Abertos de Santa Catarina. Atualmente, é o treinador da equipe de Mafra que disputará a Primeira Divisão de 2013. Colunista do EAV desde abril/2013.

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